O Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio (ABNT CB-024) é o responsável pela elaboração da norma
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou recentemente uma nova norma de Segurança Contra Incêndios. A ABNT NBR 16951 avalia a reação ao fogo de sistemas e revestimentos externos de fachadas em grande escala, trazendo método de ensaio, classificação e aplicação dos resultados de propagação do fogo nas superfícies das fachadas.
“Essa é uma norma recente tanto no Brasil, quanto internacionalmente. Até então, só existiam normas para ensaio de fogo para revestimentos usualmente internos, como forro, parede ou piso, que são utilizados para avaliar se a propagação de chamas e a quantidade de emissão de fumaça eram exacerbadas, a ponto de inviabilizar seu uso em ambientes internos”, diz Rogerio Lin, superintendente do Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio (ABNT CB-024).
Ele acrescenta que, com a nova norma, agora será possível avaliar revestimentos externos em maior escala. “O corpo de prova do ensaio de fogo para esta norma possui aproximadamente 9 m de altura, montado em formato de canto, simulando um cenário mais próximo do real em edifícios altos, diferente de ensaios de pequena escala, que não conseguem reproduzir todos os efeitos do incêndio de forma a avaliar seus riscos e desempenhos”, comenta o superintendente.
A nova norma elaborada pela ABNT é baseada nas normas britânicas BS8414 e BS9414. “Esta é a regulamentação mais atualizada que existe para ensaio de revestimento de fachadas combustíveis e não combustíveis, os participantes da comissão fizeram um excelente trabalho”, complementa Lin.
O documento especifica um método para determinação das características de reação ao fogo de sistemas de revestimento externo não estrutural de fachadas, sistemas de fachadas ventiladas ou não aderidas, paredes-cortina, sistemas que incluam painéis de vidro, painéis instalados entre lajes de andares e painéis isolantes compostos quando aplicados à fachada de um edifício e expostos a uma fonte de calor reproduzindo uma situação de incêndio sob condições controladas.
“Temos diversos casos de incêndio em fachadas mundo afora, o que nos mostra a relevância e real necessidade para este tipo de avaliação tratada na norma. Temos um problema na sociedade, com milhões de apartamentos com um tipo de configuração perigosa, que põe em risco a vida de moradores e habitantes dos edifícios. O principal risco, inclusive, é quando as pessoas estão dormindo, porque mesmo com o alarme, elas demoram para despertar após um incêndio. Quando o morador se dá conta, o incêndio já tomou grande parte da edificação e acaba encurralado pela fumaça densa e calor intenso”, finaliza o especialista.
Nos últimos 10 anos, foi realizado um levantamento identificando pelo menos 33 incêndios relevantes em fachadas pelo mundo com um resultado total de 223 mortes em decorrência deste tipo de risco. Ainda, 78% dos apartamentos envolvidos foram completamente incendiados e todas as torres afetadas foram interditadas, levando entre 2 e 5 anos para reformar e reabrirem e, em alguns caos foram demolidos. Os dados foram levantados pela Associação Brasileira de Proteção Passiva Contra Incêndio (ABPP).
Fonte: ABNT
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