Parte importante do projeto de interiores, as portas, nem sempre, recebem a atenção que merecem, já que em muitos casos acaba-se aproveitando os modelos já disponibilizados pela construtora – no caso de imóveis novos –, ou aquelas escolhidas pelo antigo proprietário. Mas aqui vale salientar que as portas não são todas iguais!
A substituição dos modelos de giro – o formato convencional, com abertura de 90 graus –, por portas de correr agrega muitas vantagens para os ambientes. Além da estética e a unidade visual com estilo do projeto, em inúmeras situações, o sistema contribui para valorizar e economizar os espaços.
Adepta da porta de correr em seus projetos, a arquiteta Cristiane Schiavoni, do escritório que leva o seu nome, elucida o seu funcionamento: “Para conseguirmos o movimento do deslizar horizontal, a porta apresenta o trilho na parte superior e inferior da peça. Junto com isso, definimos a posição e a quantidade de folhas”, conta.
Onde e quando usar?
A profissional explica que o formato pode marcar presença entre ambientes integrados, correspondendo até a função de uma parede, e também resolver questões em toda a casa. “A solução é bem-vinda para os cômodos da área social, cozinha, banheiros e os dormitórios”, enfatiza Cristiane.
Em linhas gerais, a opção de correr libera espaço, pois não há necessidade de prever a circulação do arco que a porta comum realiza. No entanto, o que pode soar como uma saída 100% exequível, pode impactar na espessura, já que o modelo acumula as folhas. “No projeto, observo o que é mais importante na economia de espaço. Com esse pensamento consigo bater o martelo no tipo de porta”, detalha a arquiteta.
Na sala de estar, a porta de correr contribuiu para a otimização da área. Na compartimentação com a adega, o projeto realizado por Cristiane Schiavoni incluiu o trilho que permite deslizar a porta paralela à parede do ambiente. “Além de discreta, a escolha propiciou ganho de área, sem atrapalhar a circulação do estar”, afirma a arquiteta.
Na suíte, a porta de correr possibilitou tirar melhor proveito da metragem no banheiro e no quarto do jovem morador.
Integração
A ‘extinção’ das paredes e a demarcação dos ambientes por meio das características do décor – conhecida como integração –, é uma tendência que veio para ficar na arquitetura de interiores, pois independente do tamanho do projeto, confere amplitude ao imóvel. Nesse conceito, a porta de correr aparece como um componente nessa constituição, já que permite separar um cômodo, conferindo isolamento completo e privacidade, ao mesmo tempo que, com a abertura, promove a inclusão do ambiente.
Com a porta de correr inspirada no estilo oriental, executada em madeira e vidro, Cristiane Schiavoni conseguiu isolar e/ou integrar a cozinha da área social do projeto. As quatro folhas, que correm pela direita, ficam sobrepostas durante a abertura completa.
Quem tem crianças em casa sabe: é preciso ter um espaço para guardar os brinquedos! No apto integrado, a arquiteta posicionou a brinquedoteca voltada para o ambiente social, como uma forma dos pais observarem a movimentação dos pequenos. Dessa forma, a porta de correr com abertura para os dois lados figurou-se como essencial para preservar o cantinho dos filhos.
Na sala de estar executada pela arquiteta, os moradores escolhem se querem (ou não) deixarem à vista a sala de estar. A solução foi a porta de correr de madeira maciça, na cor branca, que completa a passagem como extensão da parede.
Isolamento acústico
Apesar de não correr o risco de bater com o vento e não contar com dobradiças que podem fazer barulho, as portas de correr nem sempre oferecem um bom desempenho acústico. “Como nem sempre são mantidas completamente fechadas e possuem vãos entre peça e a parede, nem sempre é possível controlar a saída e a entrada de som entre os cômodos”, reforça Cristiane.
Fonte: dc 33 comunicação
Esse post é uma colaboração da Revista Contramarco, conheça mais em: https://www.contramarco.com/ .