Você sabia que, em média, uma pessoa pode usar mais de 30 mil canudos durante a sua vida? Além disso, diariamente a população mundial consome cerca de 500 milhões de canudos! Atualmente, o uso do plástico e o mau descarte dele é um problema para o meio-ambiente. O plástico pode demorar mais de 2 mil anos para se decompor complemente. Os canudos que consumimos podem parar nos oceanos e, por causa de seu tamanho pequeno, animais aquáticos acabam os confundindo com comida e morrendo por isso. Pensando em todo esse problema gerado pelo uso inadequado dos canudos, a Associação Catarinense de Empresas Vidreiras (ASCEVI) promoveu a divulgação dos chamados canudos de vidro, uma opção ambientalmente consciente, para os participantes dos 9º Encontro Sul Brasileiro de Vidreiros, que aconteceu em novembro em Governador Celso Ramos.
Os participantes do evento receberam como recompensa por completarem uma cartela com os adesivos dos patrocinadores um kit contendo um canudo de vidro e uma escovinha de higienização. A coordenadora associativa da ASCEVI, Magda Borba Frutuoso, explicou que a ideia foi divulgar mais esse uso do vidro, promovendo a conscientização dos participantes para uma questão de fundamental importância ambiental. “A gente uniu o útil ao agradável, pois precisávamos de um brinde para entregar aos participantes e o canudo de vidro se encaixou perfeitamente na ideia, pois, além de promover a conscientização ambiental, acabou por divulgar mais uma aplicação do vidro, que é um dos principais papéis também da ASCEVI.”
Além dos canudos de vidros, existem outras opções no mercado que estão disponíveis para compra, como os canudos fabricados em aço inox, bambu, papelão e macarrão. Porém, todas as outras opções apresentam limitações, como a questão dos canudos de aço inox esquentaram conforme a temperatura da bebida, dos canudos de bambu apodrecerem e dos canudos de papelão e macarrão se desintegrarem conforme o uso constante. O canudo de vidro acaba ainda sendo a opção mais duradora, segura e higiênica. Os canudos são fabricados com vidro Borosilicato, o chamado vidro laboratorial, que é um material mais resistente a altas temperaturas e livre de BPA.
A EcoChange é uma empresa catarinense que trabalha com a venda desses canudos feitos de vidro. A empresa tem como sócias duas irmãs, Amanda e Caroliny Anastacio. Caroliny é idealizadora de um projeto social para animais abandonados e junto à Amanda, que é vegetariana e também preocupada com o meio ambiente, teve a ideia de fazer os canudos. “Nossa maior meta é difundir a ideia de produção de menos lixo. O objetivo é atender o consumidor final através da venda pelas redes sociais, e-commerce, estabelecimentos comerciais e também atender o empresário do ramo alimentício e os bares que visam substituir os canudos de plástico pelos de vidro”, destacou Amanda Anastácio.
A empresária conta que o valor médio da venda de cada canudo avulso é de 15 reais, mas que a procura maior é pelo kit completo, que contém um canudo, uma ecobag para guardá-lo e uma escova higienizadora. “Começamos a vender em novembro e, de início, mesmo com a falta de propaganda, já vendemos uma boa quantidade. Conforme fomos trabalhando o nosso perfil no Instagram e indo até os estabelecimentos para mostrar os canudos, a venda foi aumentando e podemos dizer que estamos bem felizes com o resultado!”, mostrou-se Amanda otimista com o desempenho e a aceitação das pessoas pelo produto.
Em Santa Catarina, os municípios de Imbituba, Laguna e Itajaí já proíbem o uso dos canudos de plástico. Em Florianópolis também está em tramitação uma lei semelhante, porém a nova legislação ainda prevê como uma das opções o uso de canudos de papel reciclável, o que, segundo especialistas, também não seria o mais adequado, pois eles contêm a presença de cola no seu interior.